AGNELADAS
por Esmeraldo Siqueira, em Fauna Contemporânea (1968)
Ia nascer dromedário,
Mas a parteira Maroca
Teve um susto extraordinário,
Quando viu que era uma foca.
Das verdades que revelo,
De fácil comprovação,
A mais gozada é Agnelo
Querendo bancar Dom João.
Feio por dentro e por fora
Eis Agnelo... E Eis por que
A própria mãe geme e chora
De desgosto, quando o vê.
Quer ser prefeito, o magano.
E o será, pois tem tineta.
Basta ser irmão germano
Do grande Lulu Capeta.
Há quem atribua à sina,
Chame predestinação
Viver de infâmia e rapina,
Ser político e ladrão.
Um medonho puxa-saco
Gabou-lhe o sorriso fanhoso.
Outro, o porte de macaco
Achou-lhe bonito e airoso.
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