Cascaviando no meu computador, achei uns backups de textos antigos; coisa de 10, 11 anos atrás, que julgava perdidos há tempos. A maioria era de matérias que escrevi para o Diário de Natal (RIP) – e apaguei quase tudo.
Engraçado notar como pouco mudou no estilo dos textos jornalísticos que produzi desde então. Sinal de que parei no tempo ou de que a técnica é só uma mesmo? Não sei.
Quer dizer: mudou sim. Como tenho escrito cada vez menos matérias e, quando me atrevo no jornalismo, é mais para artigos ou reportagens, tenho tornado minha presença mais direta no texto (como por exemplo agora, escrevendo na primeira pessoa).
Mas, voltando. Muita coisa foi pro lixo porque eu começava a escrever em casa, para terminar na redação, então tinha muito texto pela metade. Decidi guardar alguns, por valor sentimental, como uma cobertura do Festival DoSol e outra do Mada; minha primeira matéria com Elino Julião; um tal festival PIPOCA, também do DoSol; um texto muito engraçado que escrevi em parceria com Carlos Magno Araújo sobre a infância de José Mauro de Vasconcelos (não tive tempo de fazer o texto final, encarrilhei as informações e Magno custurou o resto); entrevistas com Jorge Mautner, Toninho Vaz, Banda de Pífanos de Caruaru. Retalhos de memórias.
Vários projetos de livros que não saíram do canto; um poema de Gilmara Benevides ‘Babirush’ e um dos velho Francis. Um artigo acadêmico horroroso para me ver livre da disciplina de Comunicação e Semiótica. Roteiros nunca filmados (a maioria de documentários e um pra disciplina de Tânia Mendes). Um trabalho de Helena pra sétima série.
Imagino quanta coisa não ficou no velho computador que Flavia levou quando foi embora com as crianças... Será que um dia poderemos reconstituir nosso passado listando os arquivos em nossos hard drives?